Você já ouviu falar sobre o câmbio CVT? Essa é só mais uma sigla que encontramos, assim como DVD, CD, VHS, USB, ABS etc. Poderíamos ficar aqui horas e horas, citando as infinitas siglas que já passaram e passam em nossas vidas, mas que nunca procuramos saber o que significam.
CD, por exemplo, é a sigla de compact disc. Claro que não é oportuno explicar cada uma dessas siglas que falamos anteriormente. Mas fica claro que elas estão espalhadas por aí e muitas vezes não temos a menor noção do que significam.
Mas agora vamos dar uma atenção especial para uma dessas mil e uma siglas: a do câmbio CVT. Preparamos este material para você entender tudo sobre esse sistema que teve seu primeiro protótipo criado lá em 1490. isso mesmo, não é erro de digitação do estagiário. Mas falaremos mais para frente.
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Antes de entrar no assunto câmbio CVT, vamos falar da caixa de câmbio em si. Você sabe o que ela faz? Bem, criando um conceito macro, a caixa de câmbio é o elemento fundamental para o funcionamento do carro. Isso porque ela é quem transfere o torque do motor para as rodas se moverem.
Basicamente funciona assim: o carro vai ganhando velocidade. Com isso, o motor vai se adaptando à essa velocidade e força dadas as circunstâncias. E essa adaptação do motor acontece justamente por conta da caixa de câmbio.
É possível ainda destrinchar essa explicação falando das partes da caixa de câmbio, bem como seu mecanismo. Mas sobre os tipos, temos o manual, o automático com piloto, o automático com conversor de torque e o automático continuamente variável. E é esse último que nos interessa, conhecido também como câmbio CVT.
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Voltando para a nossa conversa sobre siglas, o CVT vem do inglês Continuously variable transmission que em tradução livre significa transmissão continuamente variável. Muito chique, não é mesmo?
Mas tá, o que esse nome pomposo tem de significado na prática? Essa sigla dá significado a um sistema que tem duas polias de tamanhos diferentes e uma correia metálica com uma alta resistência. E não acaba por aí. Isso porque dentro da definição de câmbio CVT ainda temos subdivisões que falaremos mais à frente.
Se for comparar com a transmissão automática por engrenagens, concluímos que o câmbio CVT é bem mais suave e progressivo. Achou esse sistema muito futurista por causa da sua tecnologia? Pasme, seu primeiro protótipo tem mais de 500 anos! Vamos entender isso no próximo tópico.
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A sua função é dispensar a obrigação do condutor de efetuar a troca de marchas. Essa é, aliás, a diferença principal em relação aos câmbios automáticos.
O câmbio de Transmissão Continuamente Variável é um dos mais modernos entre os diferentes tipos de câmbio.
Para transmitir, o CVT usa um sistema de correia que simula marchas infinitas e não conta com marchas pré-definidas. É ideal para quem adora uma direção mais tranquila sem imprevistos.
Por manter a faixa de rotação do motor perfeita, o consumo de combustível é sempre menor.
Sim, o sistema evoluiu bastante a esse ponto, podendo apresentar variações. Tudo isso é o resultado de um trabalho árduo das marcas japonesas para aperfeiçoá-lo. Após décadas de pesquisas para lapidar cada vez mais o sistema de câmbio CVT.
Dado todo esse esforço, para abrir a rodada de apresentações, temos o CVT de fricção. Também conhecido como CVT por cone, nesse tipo de sistema, existem dois cones que se dispõem em posição contrária um ao outro, vão rotacionar. Eles são interligados por uma correia e não têm uma transferência de torque tão grande quanto o próximo tipo que vem a seguir, o CVT toroidal.
O CVT toroidal foi criado pela Nissan. Ele apresenta um melhor funcionamento em taxas mais elevadas de torque. Nesse sistema existem dois rolamentos que dão a variação de relações entre as polias no lugar de uma correia. Esse arranjo possibilita maior agilidade de variações na velocidade do carro. Ao contrário do câmbio CVT convencional que opera de forma mais progressiva e suave.
Tem ainda variação bem recente. Isso porque em 2019 a Toyota chegou chutando a porta com a Direct Shift, querendo ofertar um CVT diferente dos convencionais, que são menos variáveis.
Explicando brevemente, o Direct Shift vai apresentar uma primeira marcha que tem como função a compensação da falta de força dos câmbios variáveis. Isso para poder tirar o carro da inércia. Logo após, o CVT é conectado por embreagens magnéticas. Processo imperceptível para quem dirige.
O sistema de câmbio CVT não parou de evoluir. Ainda tem o e-CVT, lançado pela Honda com o Honda Accord híbrido. Com dois motores elétricos compondo a transmissão resultando em um reaproveitamento de energia que seria perdida, mas com o e-CVT vira eletricidade.
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Isso vai te soar um pouco estranho. Mas a primeira ideia versão da transmissão CVT quem criou foi nada mais nada menos que Leonardo Da Vinci. Isso lá no ano de 1490. Você pode estar se perguntando: mas nessa época os carros ainda não existiam.
Calma, ele não pensou nos carros para desenvolver o sistema. Quando Da Vinci desenhou esse esboço, ele tinha como objetivo a melhoria da eficiência do trabalho agrícola, na época executado por tração animal. É o que revelam alguns manuscritos da época.
Esse primeiro “ensaio” do câmbio CVT acabou ficando esquecido por alguns séculos. Foi na graça do ano de 1886 que surgiu a primeira patente. Foi a Zenith Motorcycles que assinou a transmissão CVT em suas motos.
Seguindo nossa linha do tempo, vamos para os anos 50. Foi nessa década que a DAF, fabricante holandesa, começou a produção do 600. Diante do cenário pós-guerra, o modelo surge para suprir a demanda por modelos mais compactos para a recuperação desse cenário.
Pode parecer estranho, mas o DAF foi simplesmente um grande fracasso de vendas. Tal insucesso fez com que o carro ficasse menos de cinco anos em linha. Só que nem tudo foi um fracasso, haja visto que a tecnologia do sistema de transmissão continuamente variável automático foi apresentada ao mundo.
O nome que assina a invenção é do engenheiro Hub Van Doorne. Ele foi o cara que adaptou o conceito CVT que já era usado anteriormente nas motocicletas da Zenith aos carros. Só que com duas polias e uma corrente de transmissão, o que possibilitou o sistema nos carros.
Agora, quer um dado muito incomum? Por maior que tenha sido seu fracasso, o DAF 600 tinha a capacidade de dar ré com a mesma velocidade com que ia para a frente. Muito louco, não é mesmo?
O sistema de câmbio CVT levou anos e anos para ganhar um espacinho na indústria automotiva. Pensou muito, mas em 1989 isso mudou. Isso porque a Subaru trouxe o compacto Justy com câmbio CVT.
Logo nos anos que se seguiram, outras gigantes do mercado como Honda, Nissan e Toyota também viram no CVT uma possibilidade e também investiram pesado no aperfeiçoamento do sistema. Atrelando conforto e um bom consumo de combustível para conquistar o coração de novos clientes.
Atualmente temos quatro tipos de câmbios, são eles:
Como você viu o câmbio CVT vem evoluindo com o passar dos anos, por ser mais moderno e eficiente, o câmbio CVT garante economia de combustível e simula, continuamente, diversas possibilidades para a troca de marchas.
A melhor opção será aquela que compreenda o que você está buscando.
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