Se você é um entusiasta automotivo, é provável que já tenha considerado a possibilidade de ter um carro rebaixado.
Há alguns anos, o rebaixamento de carros se tornou uma tendência marcante no mundo automotivo, impulsionada por filmes como Velozes e Furiosos e jogos como Need for Speed, que celebravam esse estilo de veículo.
Contudo, é importante reconhecer que rebaixar um carro não é um processo simples e, mais crucial ainda, não está isento de desafios. Optar por um automóvel rebaixado significa lidar com burocracias específicas e estar ciente dos possíveis problemas que podem surgir no futuro.
No entanto, antes de dar esse passo, é crucial entender as implicações legais, os custos envolvidos e as vantagens e desvantagens desse tipo de modificação veicular.
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Um carro rebaixado é um veículo cuja suspensão foi ajustada para ficar mais próxima do solo. Essa modificação é realizada com o intuito de melhorar a estabilidade, o desempenho e a estética do automóvel.
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Rebaixar um carro envolve um processo complexo, dividido em duas etapas distintas: a burocrática e a mecânica. Cada uma dessas fases apresenta desafios próprios e requer cuidado meticuloso.
A primeira etapa é lidar com a burocracia. É necessário ir ao DETRAN da sua região para obter uma Autorização Prévia da Autoridade de Trânsito, documento essencial para autorizar a modificação planejada no seu veículo. Muitas oficinas só realizam o trabalho após a apresentação desse documento.
Após adquirir a autorização, você pode seguir para a oficina para a realização da modificação. Após o rebaixamento, é imprescindível retornar ao DETRAN para obter o Certificado de Segurança do Veículo (CSV), comprovando a segurança do carro após as alterações.
Esse certificado é emitido após uma inspeção em uma instituição credenciada pelo DENATRAN. Em seguida, é necessário emitir novas vias de documentos importantes, como:
Os custos associados a essa papelada geralmente giram em torno de R$300,00, mas podem variar dependendo de cada caso.
Paralelamente a essas questões burocráticas, a escolha de uma oficina qualificada para lidar com a parte mecânica do rebaixamento é crucial. Isso não apenas assegura que o carro passe pela inspeção, mas também evita problemas futuros.
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Conforme mencionado anteriormente, é necessário solicitar autorização ao Detran para realizar modificações nas características originais do veículo, incluindo o rebaixamento do carro.
Esse procedimento é realizado online, seguindo o modelo indicado e exigindo o envio dos seguintes itens para o e-mail designado no serviço de alteração de características do veículo:
Após a aprovação da autorização pelo Detran para carros rebaixados, é possível proceder com as modificações solicitadas. É essencial seguir as normas estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e conservar as notas fiscais.
Se o carro já foi rebaixado antes da obtenção da autorização, o processo é similar, mas é necessário quitar multas e taxas para regularizar o veículo.
No caso de o proprietário realizar a alteração por conta própria, é necessário assinar uma declaração específica, com firma reconhecida, assumindo a responsabilidade civil e criminal pelo serviço. A declaração deve conter todos os dados do veículo e do proprietário.
Para estar plenamente regularizado e evitar problemas futuros, é imprescindível obter o Certificado de Segurança Veicular (CSV). Esse certificado é adquirido mediante a realização de uma vistoria veicular em uma unidade credenciada pelo Detran e INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Isso garante que, mesmo com as modificações, o veículo permanece seguro e em conformidade com as exigências do órgão de trânsito.
Munido de todos os documentos e do CSV, é necessário comparecer a uma unidade de atendimento do Detran.
Será emitido um boleto para a emissão do novo Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), no qual constará a observação de veículo modificado no Certificado de Registro do Veículo (CRV).
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Existem quatro métodos principais para rebaixar um carro:
Cada método tem suas próprias características e benefícios, por isso é crucial considerar suas necessidades, restrições legais e preferências ao optar por um deles.
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Como foi estabelecido pela Resolução n°479 do CONTRAN em 2014, ter um carro rebaixado não é considerado crime de acordo com a legislação. No entanto, é essencial observar que essa permissão se aplica exclusivamente a automóveis; motocicletas, ônibus e caminhões não podem passar pelo processo de rebaixamento.
É crucial destacar que o rebaixamento através do corte das molas não é permitido. Os proprietários que forem flagrados dirigindo nessas condições inadequadas estão sujeitos a penalidades.
A altura permitida para circulação de carros rebaixados é estabelecida em 100mm. Isso significa que a distância entre o chão e a parte mais baixa da carroceria deve ser igual ou superior a 10 centímetros para veículos com peso de até 3,5 toneladas.
Adicionalmente, durante o teste de esterçamento – quando você gira o volante ao máximo para a direita ou esquerda – a roda e o pneu não devem entrar em contato com qualquer parte do veículo.
No caso de veículos com peso superior a 3,5 toneladas, o nivelamento da longarina – uma base de aço que atua como a “espinha dorsal” do automóvel, proporcionando sua resistência estrutural – não pode exceder dois graus em relação a uma linha horizontal.
É importante salientar que modificações na suspensão dianteira são proibidas, a menos que sejam destinadas à instalação de um sistema de tração ou à inclusão/exclusão de eixos auxiliares, direcionais ou autodirecionais.
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O valor para rebaixar um carro pode variar consideravelmente dependendo do modelo do veículo e da localidade onde a modificação será realizada. Em geral, contemplando o kit de suspensão, a mão de obra especializada e os gastos para a legalização do carro rebaixado, o custo médio costuma ser em torno de R$1500.
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Ao considerar ter um carro rebaixado é notável que essa modificação vai além da estética e traz consigo implicações significativas. Desde questões legais e de segurança até impactos no desempenho, manutenção e conforto.
É fundamental ponderar os benefícios estéticos com os possíveis custos, riscos e limitações que acompanham essa decisão.
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