Com o início da pandemia do Coronavírus, a rotina de muitas pessoas sofreu alterações significativas. O trabalho remoto tornou-se uma realidade para muitos, resultando em menos saídas de casa e, consequentemente, em carro parado na garagem por longos períodos.
Contudo, é essencial destacar que deixar o veículo parado não significa abandoná-lo; portanto, é fundamental lembrar que o carro necessita de cuidados preventivos para funcionar adequadamente durante esse período de inatividade, especialmente caso haja uma emergência e ele precise ser utilizado.
Se você estiver usando o veículo uma ou duas vezes por semana, mesmo em trajetos curtos, não estará sujeito a grandes prejuízos. Entretanto, famílias com dois ou mais veículos, que ficarão sem uso por períodos mais prolongados, devem adotar algumas precauções adicionais.
Antes de mais nada, é fundamental adotar algumas medidas para garantir que o carro parado na garagem, não enfrente problemas durante esse período de inatividade. Se a duração do estacionamento for superior a 20 dias, é recomendável tomar algumas precauções preventivas. A primeira providência indicada é realizar uma limpeza completa no veículo, especialmente no interior, para evitar o acúmulo de restos de alimentos e, assim, evitar o ambiente propício à proliferação de fungos e bactérias.
Uma proteção prática para essa fase é cobrir a carroceria do veículo com uma capa adequada, impedindo o acúmulo de poeira sobre a pintura. Para assegurar a eficácia desse procedimento, é aconselhável que o carro esteja limpo antes de ser coberto, pois mesmo com a maioria das capas possuindo forro interno macio, o atrito com sujeiras na pintura pode causar riscos indesejados.
Antes de tudo, é recomendável que o motor seja ligado uma ou duas vezes por semana, por aproximadamente 10 a 15 minutos, ou até que a temperatura de trabalho adequada seja alcançada. No entanto, é essencial ter cautela e nunca realizar essa atividade em garagens fechadas ou subsolos de prédios. Para isso, posicione o veículo de forma que o escapamento fique voltado para o portão de saída, permitindo que o vento disperse os gases.
Os equipamentos também demandam atenção, pois tendem a funcionar de forma deficiente após longos períodos de inatividade. Enquanto aguarda o aquecimento do motor, execute dois ciclos de ativação dos dispositivos elétricos. Abra e feche os vidros, trave e destrave as portas e lave o para-brisa para acionar os ejetores de água e as palhetas.
No entanto, apenas ligar o motor periodicamente não é suficiente. É importante também circular com o carro pelo menos uma vez por semana, durante aproximadamente 20 minutos. Dessa forma, você evita o desgaste prematuro de várias peças do veículo, como mangueiras, líquido de arrefecimento, óleo, entre outras. Essa prática contribui para o bom funcionamento geral do automóvel.
Compreender por quanto tempo um veículo pode ficar parado é crucial para evitar diversos problemas. A inatividade pode levar a disfunções nos
Além disso, a bateria pode ficar sem carga, e não são apenas esses os problemas. Funções importantes do veículo, como o computador de bordo, podem ser desprogramadas. Portanto, é importante ter sempre em mente que um carro foi projetado para estar em movimento, não para ficar parado por longos períodos!
É de extrema importância encher o tanque antes de deixar o carro parado por um longo período. A gasolina possui um prazo de validade, geralmente de três a quatro meses. No entanto, a gasolina aditivada costuma ter uma durabilidade consideravelmente maior do que a comum, tornando-a uma opção mais recomendada.
Ao manter o tanque cheio, reduz-se a exposição do combustível ao ar, onde ocorrem processos de degradação e absorção de umidade. Dessa forma, quanto mais cheio estiver o tanque, maior será a proporção de combustível protegido desse contato, ajudando a manter sua qualidade por mais tempo.
O ar-condicionado do carro pode acumular fungos e bactérias devido à umidade nos dutos de ventilação. Por isso, é essencial realizar algumas medidas preventivas. Primeiramente, é importante substituir o filtro do ar-condicionado regularmente. Além disso, ligue o ar-condicionado com as janelas abertas durante pelo menos 5 minutos para garantir a lubrificação do motor.
Após esse período, desligue o compressor e mude a configuração para o ar quente, mantendo-o nessa posição enquanto o motor estiver em funcionamento. Essa ação ajuda a evitar a formação de condensação nas tubulações. Essa prática não apenas previne o mau cheiro na cabine, mas também evita o acúmulo de umidade nos filtros e tubulações, que pode levar à proliferação de fungos e bactérias. Esses micro-organismos podem desencadear alergias e até mesmo doenças respiratórias graves, tornando esse cuidado essencial para a saúde dos ocupantes do veículo.
Se a bateria estiver conectada ao veículo, mesmo quando o automóvel está desligado, ela continuará sofrendo uma descarga de correntes baixas que são demandadas pelas funções essenciais do veículo, conhecidas como Stand By, que precisam estar operacionais 24 horas por dia. Essas funções incluem o alarme, o relógio, diversas memórias eletrônicas, entre outras.
Quando o carro fica parado por um longo período, é recomendado manter o cabo negativo da bateria desconectado, e, se possível, estacionar o carro em locais com temperaturas mais amenas. É importante lembrar que a bateria automotiva é um dispositivo eletroquímico, o que significa que ela possui uma característica chamada descarga espontânea, ou seja, ela pode perder sua carga ao longo do tempo, mesmo sem o cabo negativo conectado.
Quanto mais nova for a bateria, mais lentamente ocorrerá a descarga espontânea, o que significa que você poderá passar de 10 a 30 dias sem que ela pare de atender suas necessidades e ainda conseguirá dar a partida no automóvel. Nesse caso, lembre-se sempre de desconectar o cabo negativo do veículo. Quando precisar dar a partida no carro, é recomendado aguardar um período de 15 a 30 minutos antes de desligá-lo novamente. No entanto, esse tempo não é suficiente para a bateria se recuperar completamente, portanto, não se deve esperar muito para ligar o veículo novamente após essa rápida recarga pelo alternador.
As palhetas do para-brisa, quando apoiadas contra o vidro sob pressão, correm o risco de ressecar e deformar, o que resulta na perda de sua eficiência de raspagem. Portanto, é uma medida importante levantar as hastes dos limpadores do para-brisa ao estacionar o veículo.
Além do prejuízo causado pela necessidade de substituição prematura das palhetas, o motorista pode enfrentar problemas de visibilidade durante chuvas intensas. Nesse cenário, além do risco de acidentes, há a possibilidade de os limpadores danificarem o para-brisa, aumentando consideravelmente o custo do reparo.
Assim, é fundamental adotar essa precaução para manter as palhetas em boas condições e garantir uma condução segura em todas as condições climáticas.
Uma medida preventiva, porém aplicável somente em garagens planas, é evitar acionar o freio de mão do veículo. Nesses casos, é recomendado deixá-lo com uma marcha engatada e utilizar um calço nas rodas para evitar acidentes. Essa precaução é necessária devido à possibilidade das lonas de freio ficarem aderidas aos tambores após um contato prolongado, resultante do tempo em que o carro ficou parado.
Caso isso ocorra, as rodas ficarão travadas involuntariamente, o que pode ser perigoso ao tentar movimentar o veículo novamente. Portanto, adotar essa prática pode evitar problemas e contribuir para a segurança ao retomar o uso do automóvel.
É recomendável calibrar os pneus com uma pressão de 20% a 30% acima do usual. Essa ação é extremamente importante, pois ajuda a evitar deformações nos pneus caso o carro permaneça parado por longos períodos. Se a pressão usual dos pneus é de 30 libras, é recomendável mantê-los com uma pressão de 35 libras a 40 libras, dessa forma, eles levarão mais tempo para perder a pressão. Essa prática contribui para a conservação dos pneus durante o período de inatividade, garantindo melhor desempenho e prolongando sua vida útil.
Deixar o carro parado por muito tempo pode causar envelhecimento dos fluidos, danifica vários componentes do veículo. O óleo desgastado pode travar as pinças responsáveis pela frenagem das rodas, comprometendo o sistema de freios. Além disso, o líquido refrigerante do sistema de arrefecimento do motor também pode sofrer corrosão com o passar do tempo.
As peças mais sensíveis são aquelas que têm contato direto com os fluidos, como mangueiras de plástico e peças de borracha, que podem ser afetadas negativamente pelo envelhecimento dos fluidos.
Para quem possui um carro automático, é importante evitar que o fluido de câmbio se esgote, pois a falta adequada desse líquido pode causar danos sérios ao sistema de transmissão do veículo. Portanto, ao deixar o carro parado por longos períodos, é fundamental prestar atenção no estado e na troca adequada dos fluidos para preservar o bom funcionamento do veículo.
É essencial ficar atento à validade do óleo do motor, conforme indicado pelo fabricante. Quando um carro fica parado por muito tempo, o óleo pode perder suas características de lubrificação, o que pode prejudicar o funcionamento do motor. Para evitar esse problema, é recomendado ligar o carro rotineiramente, mesmo que seja por breves períodos, para manter o óleo circulando e preservar suas propriedades lubrificantes. Essa prática ajuda a garantir o bom desempenho do motor e a prolongar sua vida útil.
Após um mês de inatividade, já pode ser considerado que o carro ficou parado por muito tempo. Nesse período, é provável que o veículo apresente alguns problemas de manutenção devido às circunstâncias atuais. Portanto, é importante ficar atento e, sempre que possível, pelo menos ligar o carro e deixá-lo funcionando por alguns minutos.
Essa prática ajuda a evitar o acúmulo de problemas decorrentes da inatividade prolongada e contribui para manter o veículo em boas condições de funcionamento.
Quando decidir voltar a utilizar o carro parado após um longo período de inatividade, é recomendado tomar algumas providências. A primeira delas é recalibrar os pneus de acordo com as indicações do manual do proprietário. Ao reconectar o cabo negativo da bateria, não será necessário desligá-lo novamente.
Quanto mais tempo o veículo permanecer parado, maior será a preocupação necessária. Caso o motor tenha ficado sem uso por um período superior a seis meses, é recomendável realizar uma troca de óleo imediata. Para garantir que o automóvel esteja em boas condições para rodar sem preocupações ou riscos, o ideal é levar o veículo a um mecânico de confiança para uma revisão completa.
Com medidas preventivas simples, como ligar o carro periodicamente, calibrar os pneus adequadamente e realizar revisões regulares, é possível evitar esses transtornos e manter o veículo em bom funcionamento. Assim, garantimos a segurança e a durabilidade do automóvel, mesmo em tempos de inatividade forçada como os vivenciados durante a pandemia.
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