As mulheres estão o tempo todo tendo que mostrar o seu valor para ocupar espaços que muitas vezes são vistos como exclusivos dos homens. E no trânsito, não é diferente. Que mulher nunca ouviu a piadinha sem graça “mulher no volante, perigo constante”?
Apesar das inúmeras conquistas realizadas pelas mulheres ao longo dos anos – em que muitos estereótipos foram “quebrados” em relação à capacidade feminina, elas ainda têm um longo caminho a percorrer em busca da igualdade e respeito em determinados espaços da nossa sociedade.
Ainda que muita coisa já tenha mudado desde que a primeira brasileira tirou sua carteira de motorista em 1932, a nossa sociedade ainda precisa evoluir para superar os estereótipos que as afastam do mundo automotivo.
A verdade é que as piadas e comentários sobre a mulher no volante, que para muitos é apenas uma brincadeira inofensiva, esconde uma realidade onde o direito de ir e vir foi negado para uma parcela da sociedade, que precisou conquistar o seu espaço em diversas áreas da sociedade.
Mas se tem uma coisa que as mulheres são capazes é de dirigir. E não é só isso! Elas são habilidosas o suficiente para entender sobre veículos, seja a respeito de problemas relacionados à mecânica, inovações tecnológicas, tendências automotivas, prudência no trânsito e tomadas de decisão no momento de compra ou escolha de um carro.
E isso tudo pode ser comprovado através de pesquisas científicas, que trazem dados em relação não apenas às suas competências no volante, mas comprovam que elas são muito mais prudentes que os homens no trânsito e se envolvem em muitos menos acidentes.
Mas a independência da mulher no volante, ainda envolve muita coisa. Continue a leitura para conhecer mais sobre as pesquisas.
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Não é de hoje que o assunto de quem dirige melhor gera muita discussão e é importante ressaltar que ser bom ou mau motorista não depende de gênero. Mas apesar disso ainda tem uma galera que ainda acredita que as mulheres são péssimas motoristas, só por serem mulheres.
Para comprovar que esse argumento é falso e completamente machista, confira os dados abaixo.
Uma pesquisa realizada pela USP, demonstrou que 92% dos acidentes de trânsito foram causados por homens que ingeriam bebidas alcoólicas.
Em contrapartida, os acidentes causados pelas mulheres por conta de misturar álcool e direção, representam 10%.
As mulheres são mais prudentes no volante, do total de acidentes registrados, elas representam apenas 16%. Isso tudo porque além de serem mais atentas, se arriscam menos que os homens.
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Essa informação costuma ser motivo de piada, mas elas dirigem mais devagar porque respeitam as leis de trânsito. Quando a via possui uma velocidade máxima, os homens costumam desrespeitar o limite e diminuir a velocidade somente quando está diante do radar.
Por serem mais cautelosas quanto a velocidade, é exatamente isso que evita os acidentes. Contribuindo para que o público feminino apareça menos nas estatísticas de acidentes e mortes no trânsito.
As pesquisas demonstram que as mulheres se esforçam mais para deixarem o carro bem estacionado.
Entre os cuidados e as preocupações sobre isso, é de não bloquear a entrada e saída de pessoas dos veículos ao lado, e o espaço para que possa abrir as portas e retirar objetos e os filhos, que estão no banco de trás.
Além disso, a parcela de mulheres que não estacionam em lugares proibidos e que respeitam as vagas especiais, também é maior.
De acordo com a pesquisa do Detran, 30% das multas de trânsito são direcionadas às mulheres e 70% aos homens.
Consequentemente, isso impacta também no percentual de mulheres que têm a CNH confiscada, fazem o curso de reciclagem e têm o carro apreendido, que também é bem mais abaixo relacionado aos homens.
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As propagandas foram feitas para chamar atenção. Mas mesmo assim, elas não podem se tornar uma distração, mas não parece que isso funciona com todo motorista.
Cerca de 51% dos homens se distraem com outdoors no exterior. Já entre as mulheres esse número é menor, representando 40%.
Falar ao telefone ou mandar mensagem ao volante, é uma infração grave, além de ser extremamente perigoso. As estatísticas também apontam que as mulheres seguem mais essa lei, representando 16%, enquanto os homens 24%.
As pesquisas também demonstraram que elas saem a frente nas seguintes situações:
As brigas no trânsito, infelizmente são bem frequentes, mas os homens costumam se envolver mais, eles representam 46%, enquanto as mulheres 36%.
Por serem mais cautelosas, como citamos acima, isso impacta também nas mortes por conta do trânsito. As mulheres representam 22% e os homens 78%.
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Dirigir está completamente ligado à independência e quando se trata disso ainda há muito a melhorar para as mulheres.
Afinal, de acordo com o Denatran, elas representam apenas 35% dos motoristas e esse percentual é relevante, pois a minoria de mulheres no volante, tem um motivo e não é nada bom.
A verdade é que esse dado nada tem a ver apenas com preferências femininas, as mulheres estão em minoria no trânsito por diversos fatores que como:
Diante disso tudo, outro dado alarmante é que elas estão entre os 75% dos habilitados com medo de dirigir. O medo principal é em relação a violência no trânsito.
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É aquele ditado, contra estatísticas não há argumentos. Mesmo sendo consideradas “sexo frágil” as mulheres estão saindo à frente dos homens quando o assunto é segurança no trânsito.
Tudo isso, faz a gente perceber ainda mais que as chacotas com a mulher no volante, além de serem extremamente ridículas, ainda estão erradas e já passou da hora das pessoas pararem com esse argumento.
Como você pode ver, “nem tudo são flores” quando se trata de algumas estatísticas, as mulheres têm um longo caminho a percorrer no mundo automobilístico e sociedade.
Inclusive elas ainda continuam sendo minoria em trabalhos que envolvem o carro, como:
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É bom lembrar que o objetivo das pesquisas não é criar uma disputa entre homens e mulheres de quem dirige melhor, mas sim para trazer consciência que o cuidado no trânsito é uma responsabilidade de todos e não só de quem dirige, mas também dos pedestres e ciclistas e motoqueiros.
As regras de trânsito valem para todos, independentemente do gênero. Por isso, todos devem encarar a direção como um ato de alto nível de comprometimento e responsabilidade.
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